Quando eu te fujo e te desvio cauto
Da luz de fogo que te cerca, oh! bela,
Contigo dizes, suspirando amores:
"- Meu Deus! Que gelo, que frieza aquela".
Como te enganas! Meu amor é chama
Que se alimenta no voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela - eu, moço; tens amor - eu medo.
Ai! se te vejo no calor da sesta,
a mão treme no calor das tuas...
Amarrotando o teu vestido branco,
Solto os teus cabelos nas espáduas nuas!
Ai! se te visse em languidez sublime,
Na face das rosas virginais do pejo,
Trêmula fala em protestar baixinho...
Vermelha a boca soluçando um beijo!...
Diz: - Que seria da pureza d'anjo,
Das vestes alvas, do candor das asas?
- Tu te queimaras ao pisar descalça,
- Criança louca, - sobre um chão em brasas!
Oh! Não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo
Se de ti fujo é que te adoro muito.
És bela - eu moço: tens amor, eu medo.
20 de nov. de 2010
Amor e Medo - Casimiro de Abreu
14 de nov. de 2010
Omissão Violenta
Nós vemos situações de violência todos os dias. Não apenas nos jornais, também vemos quando passamos na rua e as vezes pessoas que vemos todos os dias, e pessoas que não aparentam podem estar sofrendo todos os dias.
Quando estamos indo a algum lugar e vemos uma pessoa pedindo esmola ou um mendigo, simplesmente ignoramos passamos ao longe para evitar que peça alguma coisa, nos aborde. Apesar de ser comum, e não percebermos, estas pessoas estão sendo violentadas todos os dias pelo sofrimento em viver nessas condições totalmente desamparados.
Ainda existem diversas pessoas que passam por situações que uma outra a humilha ou agride com palavras, isto também se trata de uma violência, isto deixa grandes feridas, não no corpo, mais na alma.
Claro, os crimes que nos acostumamos a ver são um grave tipo de atentado contra um indivíduo. Mais a grande questão é, O que nos dispomos a fazer para mudar a situação? Ficamos em nossas confortáveis casas assistindo a televisão e culpando o governo por todas as desgraças que acontecem, mais no entanto a maior culpada é nossa omissão coletiva.
4 de nov. de 2010
A Chuva
Queria que a chuva que acaricia minha face
levasse embora de meu coração
minhas tristezas, minhas duvidas... incertezas
Leve tudo isso para longe de mim
e que depois de ter passado pelos rios
afogue todo meu sofrimento no mais profundo
dos abismos dos mares, e dali nada fosse tirado.
E os ventos que dão direção as gotas que caem
sussurrem para mim que há alguém que realmente me ama
e que tudo é real, e não mais uma ilusão.
Espero que minhas lagrimas...
Não tenham sido derramadas em vão.