26 de jan. de 2011

O Fim do Mundo - Cecília Meireles

A primeira vez que ouvi falar no fim do mundo, o mundo para mim não tinha nenhum sentido, ainda; de modo que não me interessava nem o seu começo nem o seu fim. Lembro-me, porém, vagamente, de umas mulheres nervosas que choravam, meio desgrenhadas, e aludiam a um cometa que andava pelo céu, responsável pelo acontecimento que elas tanto temiam.
Nada disso se entendia comigo: o mundo era delas, o cometa era para elas: nós, crianças, existíamos apenas para brincar com as flores da goiabeira e as cores do tapete.
Mas, uma noite, levantaram-me da cama, enrolada num lençol, e, estremunhada, levaram-me à janela para me apresentarem à força ao temível cometa. Aquilo que até então não me interessava nada, que nem vencia a preguiça dos meus olhos pareceu-me, de repente, maravilhoso. Era um pavão branco, pousado no ar, por cima dos telhados? Era uma noiva, que caminhava pela noite, sozinha, ao encontro da sua festa? Gostei muito do cometa. Devia sempre haver um cometa no céu, como há lua, sol, estrelas. Por que as pessoas andavam tão apavoradas? A mim não me causava medo nenhum.
Ora, o cometa desapareceu, aqueles que choravam enxugaram os olhos, o mundo não se acabou, talvez eu tenha ficado um pouco triste — mas que importância tem a tristeza das crianças?
Dizem que o mundo termina em fevereiro próximo. Ninguém fala em cometa, e é pena, porque eu gostaria de tornar a ver um cometa, para verificar se a lembrança que conservo dessa imagem do céu é verdadeira ou inventada pelo sono dos meus olhos naquela noite já muito antiga.
O mundo vai acabar, e certamente saberemos qual era o seu verdadeiro sentido. Se valeu a pena que uns trabalhassem tanto e outros tão pouco. Por que fomos tão sinceros ou tão hipócritas, tão falsos e tão leais. Por que pensamos tanto em nós mesmos ou só nos outros. Por que fizemos voto de pobreza ou assaltamos os cofres públicos — além dos particulares. Por que mentimos tanto, com palavras tão judiciosas. Tudo isso saberemos e muito mais do que cabe enumerar numa crônica.
Se o fim do mundo for mesmo em fevereiro, convém pensarmos desde já se utilizamos este dom de viver da maneira mais digna.
Em muitos pontos da terra há pessoas, neste momento, pedindo a Deus — dono de todos os mundos — que trate com benignidade as criaturas que se preparam para encerrar a sua carreira mortal. Há mesmo alguns místicos — segundo leio — que, na Índia, lançam flores ao fogo, num rito de adoração.
Enquanto isso, os planetas assumem os lugares que lhes competem, na ordem do universo, neste universo de enigmas a que estamos ligados e no qual por vezes nos arrogamos posições que não temos — insignificantes que somos, na tremenda grandiosidade total.
Ainda há uns dias a reflexão e o arrependimento: por que não os utilizaremos? Se o fim do mundo não for em fevereiro, todos teremos fim, em qualquer mês...

Texto de livro "Quatro Vozes"

asteroide

23 de jan. de 2011

Viva a cada momento!

Cada momento foi precioso
Sorrisos, lágrimas
felicidades, brigas
Desejava que fosse eterno
mais poucas coisas duram

Vi muito, aprendi, cresci
ainda desejava sustentar futilidade
comecei a duvidar

Enfim... Tudo acabou.
Aprendi com meus erros
para não voltar a comete-los
E você apenas se tornou uma sombra
Um pensamento
Lembrança do passado.

15 de jan. de 2011

Sem Você

Ainda sinto seu cheiro
como se estivesse aqui, do meu lado
seu corpo junto ao meu
Então tudo torna-se saudade

A tristeza me domina
Você não está aqui

Uma tempestade
faz-se em minha mente,
inunda meu quarto
me afoga em lágrimas
em solidão

Com você por perto
cada minuto parece nada
O passar do tempo se esfacela
meu medos fogem de mim
tudo se torna perfeito

8 de jan. de 2011

Minha Estrela

Olhando as estrelas,
O brilho de uma delas me lembrou você
Lembrei do seu sorriso que ilumina todas elas

Mesmo que todas as estrelas se apagassem
vai estar eternamente...
Viva em meu coração.

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